Existem diferenças entre vinhos feitos por homens e por mulheres? Os de autoria feminina são mais delicados? Essas são algumas das perguntas que a Revista Prazeres da Mesa se propôs a responder em uma degustação especial que fizeram.
No mundo vinícola já é reconhecido que a sensibilidade das mulheres para degustar e sentir os aromas de um vinho é, na maioria das vezes, superior à do homem. Nesta degustação, porém, não mostrou nenhuma diferença marcante nos vinhos moldados por elas em relação aos que são feitos por enólogos homens. Esses exemplares que degustaram, mostraram virtudes e qualidades que os fazem merecedores de fazer parte de qualquer adega.
Um brinde a elas!
– Quinta da Manuela 2001 –
Castas: Tinta Roriz (Tempranillo), Tinta Barroca e outras
Enóloga: Margarida Serôdio Borges
Douro, Portugal
Importadora: Vinci.
A mentora desse vinho é Margarida Serôdio Borges, ex-esposa de Dirk Nieport, um dos fa-mosos “Douro boys”. Revela um buquê amplo, grande complexidade, muita fruta e uma excepcional textura com um final longo e prazeroso. Sem dúvida, um grande vinho.
– Chocapalha Reserva 2004 –
Castas: Touriga Nacional e Tinta Roriz
Enóloga: Sandra Tavares da Silva
Estremadura, Portugal
Importadora: Vinci.
A Quinta de Chocapalha pertence à talentosa e bela Sandra Tavares da Silva, também responsável pelo Quinta do Vale D. Maria. O vinho tem aromas complexos e notas características de chocolate e frutas vermelhas maduras. É um vinho intenso, rico, vigoroso, com taninos sedosos e de final longo – tem vida para 5 a 10 anos.
– EQ Syrah 2006 –
Casta: Syrah
Enóloga: Paula Cárdenas Sáez
Matetic, Chile
Importadora: Casa do Porto.
Paula Cárdenas Sáez é engenheira agrônoma com passagem por diversas vinícolas ao redor do mundo. Syrah delicioso, com algumas notas de tostado e defumado. Na boca, as frutas tomam conta de forma elegante e persistente, com um final macio e sedoso.
– Quinta Nova Reserva 2005 –
Castas: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela
Enóloga: Luisa Amorim
Douro, Portugal
Importadora: Vinea.
Importadora: Vinea.
Luisa Amorim criou a vinícola em 1999 numa propriedade que data do século 17, com 120 hectares de terras, dos quais 85 formados com vinhedos. Vinho com corte típico do Douro, tem aromas florais (violetas) e de frutas vermelhas. O sabor gostosamente envolvente e longo.
– Floresta Apalta 2004 –
Castas: Cabernet Sauvignon e Carménère
Enólogos: Cecília Torres e Andrés Ilabaca
Santa Rita, Chile
Importadora: Grand Cru.
Cecília foi eleita Enóloga do Ano, no Chile, em 2006. Vinho afinado por 17 meses em carvalho francês, com notas de goiaba e menta, uma boca redonda com taninos macios e retrogosto frutado, longo e prazeroso.
– Cipress Sauvignon Blanc 2006 –
Casta: Sauvignon Blanc
Enóloga: Maria Luz Marin
Valle de San Antonio, Chile
Importadora: Vinea.
Maria Luz é fundadora da vinícola Viña Casa Marin, construída, entre 2003 e 2004, a 4 km do Pacífico. Esse Sauvignon Blanc é exuberante, revelando aromas característicos de maracujá e damasco, com algumas notas minerais. Na boca, uma bela acidez e um corpo denso proporcionam uma deliciosa aventura sensorial.
– Villa Tirrena Merlot del Lazio 2004 –
Casta: Merlot
Produtora: Noêmia D’Amico
Lazio, Itália.
Importadora: Mistral.
A vinícola tem como forte seus vinhos brancos. Esse Merlot é uma boa exceção, elaborado pelo enólogo Carlo Corino. Com notas de frutas vermelhas e pretas, como cerejas, cassis e ameixa. Notas também de chá de camomila e/ou erva-doce. Na boca revelou acidez equilibrada, taninos macios e álcool, sem exagero.
– Susana Balbo Malbec 2006 –
Castas: Malbec e Cabernet Sauvignon
Enóloga: Susana Balbo
Agrelo, Argentina
Importadora: Cantu.
Susana Balbo é sem dúvida a enóloga argentina mais famosa no Brasil. Vinho potente, vigoroso e envolvente. Tem muito de tudo: fruta vermelha, álcool, taninos e boa acidez. O vinho repousa por 13 meses em barricas francesas de carvalho. Um detalhe interessante: os vinhedos são de pé franco (sem enxertia).
– Brunello di Montalcino Selezione Prime Donne 2003 –
Casta: Brunello
Enóloga: Donatella Cinelli Colombini
Toscana, Itália
Importadora: Grand Cru.
Donatella é a última descendente do clã Cinelli Colombini, que possui propriedades e vinícolas na Toscana. Vinho com aromas discretos de frutas, com algumas notas vegetais. Na boca, é equilibrado, com taninos redondos e macios. Alguns anos de guarda devem melhorar sua paleta olfativa.
– Lokal Silex 2004 –
Castas: Touriga Nacional e Alfrocheiro Preto
Enóloga: Filipa Pato
Beiras, Portugal
Importadora: Casa Flora.
Filipa é filha de Luis Pato, o homem que revolucionou a viticultura na Bairrada, em Portugal. Esse vinho foi fermentado em lagar de inox, com pisa manual, e afinou em potes de 650 litros durante 12 meses. Um belo exemplar da nova geração de vinhateiros de Portugal: fruta, equilíbrio e corpo.
– Bourgogne Leroy 2001 –
Casta: Pinot Noir
Enóloga: Lalou Bize-Leroy
Bourgogne, França
Importadora: Zahil.
Lalou Bize-Leroy é uma respeitável senhora de ar bonachão. Foi diretora do Domaine de La Romanée-Conti até 1989. Vinho de cor evoluída, com reflexos âmbar. No nariz, as frutas vermelhas estavam discretas, abafadas pelos aromas secundários. Corpo leve, taninos macios e a acidez característica dos bons Borgonha.
– Susana Balbo Brioso 2005 –
Castas: Cabernet Sauvignon, Malbec, Cabernet Franc, Petit Verdot e Merlot
Enóloga: Susana Balbo
Agrelo, Argentina
Importadora: Cantu.
Susana Balbo criou Brioso com um corte bordalês. O resultado é um vinho elegante, com aromas ainda fechados, e que vai ganhar muito com a guarda. Na boca, ele revela um corpo médio com álcool moderado. Parece mais um Bordeaux que um vinho argentino. Cantu.
– Sideral 2003 –
Castas: Carbernet Sauvignon, Merlot, Syrah e Sangiovese
Enóloga: Ana Maria Cumsille Ubago
Valle de Rapel, Chile
Importadora: Grand Cru.
A Altair é uma subsidiária da Viña San Pedro. Apesar de ser da safra 2003, o vinho apresentou-se um pouco fechado com taninos ainda jovens e duros.
CHEERS!!