Na antiguidade o vinho era acondicionado em ânforas de terracota e, posteriormente, em barris de carvalho. A bebida era feita para ser tomaao jovem e para viajar pouco. Isso porque, quanto maior o tempo de transporte, maior a chance de estragar.
O uso de garrafas para o serviço do vinho (decantadores) data do século XII, quando já era prática comum nas casas dos ricos e nobres de Veneza. Porém, o uso de garrafas para guardar o vinho só ocorre no século XVIII, quando torna-se financeiramente viável produzi-las em grande escala.
Tal uso permitiu uma vedação hermeticamente completa, alongando a vida útil e o período de guarda do produto, bem como proporcionando o desenvolvimento de aromas mais concentrados – resultantes do lento processo de maturação.
Os ingleses, grandes apreciadores de vinho, foram os primeiros a utilizar as rolhas, importadas da Espanha e de Portugal, para vedar as garrafas de vinho. Foram, igualmente, os primeiros a perceber a necessidade de inventar um dispositivo que permitisse retirar a rolha para poder consumir o produto.
Surge, assim, o saca-rolhas, cuja primeira patente foi solicitada na Inglaterra por Samuel Henshall, no dia 24 de agosto de 1795. Poucos anos depois, diversas outras patentes eram requeridas na França (1828), Estados Unidos (1856), Alemanha (1877) e Canadá (1883). Até o início do século XX, cerca de 300 modelos de saca-rolhas já haviam sido patenteados.
De lá para cá, diversos outros modelos foram desenvolvidos, cada qual buscando proporcionar ao apreciador de vinhos um ritual tranqüilo, sem traumas e sem complicações.
E, para aqueles que ainda têm medo de usar saca-rolhas, uma boa notícia. A tendência do mercado atualmente é a gradual substituição da rolha por cápsulas de metal, com tampa de rosca, o que dispensa o uso desse objeto.
Os tradicionalistas do vinho abominam a idéia, mas a tampa de rosca já representa mais da metade dos vinhos vendidos no mercado britânico – maior centro mundial de consumo deste produto. Essa é uma das poucas e raras evoluções no acondicionamento do vinho desde a popularização do uso das garrafas no século XVIII.
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